Após 22 anos de sucesso Cardcaptor Sakura
volta em uma nova temporada, para a alegria de antigos e novos fãs. Após o
início da publicação em 2016 do novo mangá, que ainda se encontra no volume 3, finalmente
a adaptação volta para os televisores.
Dessa vez a temporada contará com 26
episódios, e dois deles já lançados no mundo oficialmente pela crunchyroll, ou
caso você esteja no Japão, NHK BS Premium. Fica aqui então a análise completa
de ambos os episódios, mas fique de olho porque tentarei manter as análises de
todos os episódios em dia.
Arte
Vamos começar pela arte, tendo a primeira
coisa que surpreende a decisão da identidade visual. Diferente de Digimon
Trials que decidiu seguir por uma completamente nova, Cardcaptor Sakura: Clean
Card manteve os traços muito parecidos com o original, dando apenas aquele
toque pela tecnologia 20 anos mais nova, e uma paleta de cores fria próxima a
candy colors, contrastando com os efeitos especiais brilhosos.
Como tudo no século XXI, a utilização do
motor gráfico 3d é nítido, principalmente em momentos que a Sakura decide
utilizar o báculo, e a câmera faz um giro pelo cenário. Mas é importante dizer
que em nenhum momento essas cenas destoam do resto, tendo um carinho na
produção muito grande, indo na contramão da crise da indústria. Apesar desse
carinho maravilhar, não é surpreendente já que o estúdio que está produzindo é
a MadHouse, que além de ter feito o anime original, é o mesmo produtor de Death
Note, One Punch Man, e uma das melhores direções artísticas da indústria dos
últimos anos: No Game No Life.
Para completar, todos os personagens são
facilmente identificáveis, e não há em algum momento a sensação de estranheza por
conta do amadurecimento e os 4 anos passados, o que infelizmente é muito comum
em algumas animações que tentam realizar saltos temporais. Já os novos
personagens apresentados, o ser misterioso e seu dragão, destoam um pouco, já
que o ser misterioso tem uma grande presença apenas pela apresentação e porte,
porém o dragão é extremamente pobre, parecendo com o traço do novo Pokémon
Sun and Moon, o que não gera coerência com o resto do anime.
Som - Dublagem
Como já dito anteriormente o carinho pela
produção é imensa, e isso se mantem na parte sonora, o que não é para menos, já
que todos os diretores, produtores e dubladores são exatamente os
mesmos do original. Se para nós fãs é gratificante ver Sakura de volta as
telas, imagina para eles?
Apesar de todo o carinho, não há muito o
que falar sobre a parte sonora, tanto os “sfx” quanto a trilha sonora foram
bastante envergonhadas e ainda não mostraram totalmente seu potencial. Na
verdade as cenas de ação deixaram a desejar em trilha sonora impactante para
melhorar a experiência de imersão.
Enredo
A primeira metade do primeiro episódio
investe na nostalgia e na reapresentação dos personagens, mantendo um ritmo bem
lento. Porém durante o desenvolvimento de ambos os episódios não se acanha com
os fan-services, tendo momentos com todos os possíveis casais do universo, além das situações memoráveis na cozinha com a gula do Kero.
Infelizmente as duas cartas iniciais são
completamente esquecíveis, e as cenas de ação são fracas e muito rápidas, tendo
a resolução do clássico quebra-cabeça de como capturar a carta em questão de
segundos com um “Q” de Deus Ex Machina, o que decepciona bastante, já que
sempre se espera quebra-cabeças como da série clássica.
E como a série original, ela abusa de mistérios
para fazer o espectador ficar curioso e gerar diversas teorias, que no mundo
atual tomam proporções gigantescas em fóruns e blogs. O que é bom até para
propaganda da série, mas faz as expectativas subirem tanto, que precisamos ter
cuidado e lembrar que Cardcaptor Sakura não pretende ser uma série de suspense,
mas sim uma aventura com muito romance.
Conclusões Finais
Esses dois primeiros episódios cumprem seu
papel em reapresentação de universo, e na criação de mistérios, mas em história
e ação ainda se mostra acanhado, sendo episódios muito mais de introdução que
qualquer outra coisa. Espero que os próximos episódios existam verdadeiros
momentos épicos, e com trilha sonora impactante, já que temos 24 episódios pela
frente ainda. Mas se você é fã da série original, não deixe de assistir, com
certeza te trará uma nostalgia imensa, e te divertirá tanto quanto, ainda que
não tenha mostrado todo seu potencial (que é enorme).
E por incrível que pareça, a nota da nova
série, no My Anime List, já está maior que da antiga. Pelo hype? Talvez, mas de qualquer jeito, sinal que
está agradando o público em geral.
Por enquanto é isso, uma análise acanhada,
para episódios acanhados, então espero te ver aqui para saber como foi o episódio
3 para descobrirmos juntos todos os mistérios que estão jogando pra gente.
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